Tay Sachs e Sandhoff

A doença de Tay Sachs e a Doenças de Sandhoff são gangliosidosis, em que ocorre acumulação do gangliosídio GM2 especialmente nos neurónios. Essa acumulação deve-se a um defeito na enzima hexosaminidase A para a Doença de Tay Sachs e da enzima hexosaminidase B para a doença de Sandhoff, decorrente de mutações no seu gene codificador HEXA A ou HEXA B.

São doenças neurodegenerativas, progressivas, limitantes da qualidade e da esperança média de vida.

Apresentam um padrão de herança, o que significa que indivíduos de ambos os sexos são igualmente propensos a apresentar a doença e que, na maioria das vezes, as crianças afetadas são filhas de um casal no qual tanto o pai quanto a mãe possuem uma de suas duas cópias do gene defeituoso. O diagnóstico molecular permite não somente a confirmação do diagnóstico bioquímico nos indivíduos afetados, através da dosagem enzimática, como também o aconselhamento genético de casais de transmissores.

Estará agora a pensar que não entendeu nada do que está escrito acima porque a linguagem é demasiado técnica. Então, vamos fazer um exemplo comparativo. Imagine que:

O neurónio (a célula nervosa) é a nossa casa;

O gangliosidio gm2 é o lixo que nós produzimos na nossa decorrente das nossas atividades normais (ex. restos de comida ou outros lixos);

Que a enzima hexosaminidase A é a nossa ação de limpeza da casa;

Pois bem, se nós nunca limparmos a nossa casa ficaremos com tanto lixo que morreremos dentro dela, ou por falta de espaço, ou por doenças. É exatamente isso que acontece com os nossos filhos e filhas – eles não têm a enzima hexosaminidase A que é fundamental para limpar o lixo celular e ele cresce até as células nervosas morrerem.
É porque não têm essa enzima? Porque o lisossoma – a fábrica de enzimas, não teve ordem de as produzir. E essa ordem em falta está justamente na mutação genética (HEXA A, HEXA B, HEXA 0) que vem das suas mães e dos seus pais.

Existem 3 variantes distintas:

  • A infantil – os primeiros sintomas aparecem nos primeiros nos primeiros meses de vida, entre os 6 e os 9 meses;
  • Juvenil – Os primeiros sintomas aparecem entre os 3 e os 8 anos de vida;
  • Adulta – Muito rara – geralmente a partir dos 18 anos de idade e tem uma evolução muito mais lenta que as variantes infantil e juvenil.

Prevalência – geralmente 1 doente em cada 300.000 pessoas

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